terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Evidências de que Jesus Cristo era negro


A Bíblia diz de maneira explícita em (Matheus 2,1 cfr. 2, 5.6.8.16), (Lucas 2, 4.15), (João 7, 40-43) que Jesus nasceu em "Belém de Judá, no tempo do rei Herodes" e que ele teria nascido na África - isso pelo fato de antigamente, em Belém de Judá, ser considerado parte do continente.
Até a construção do Canal de Suez, Israel. Essa visão perdurou até 1859, quando o engenheiro francês Ferdinand de Lesseps se colocou à construir o Canal de Suez. A partir daí, foi a África separada em geográfica, histórica, cultural e antropologicamente do que é conhecido hoje e que chamamos de Oriente Médio. Aquela milenar extensão da África passa a figurar nos mapas como Ásia. Sendo assim, Jesus teria presença negra em sua linhagem familiar. A genealogia de cristo foi misturada com a linha de Cam desde os tempos passados em cativeiro no Egito e na Babilônia. Nos antepassados dele através de Cam, lado feminino desta mistura, há cinco mulheres mencionadas na genealogia de Jesus Cristo ( Tamar, Raabe, Rute, Bateseba e Maria) (Mateus 1:1-16).
Mesmo seguido e aclamado por povos semitas, Jesus era da tribo africanas de Judá em Israel. Seus ancestrais masculinos descendiam da linha de Sem (miscigenados). No entanto, sua genealogia foi misturada com a linha de Cam desde os tempos passados em cativeiro no Egito e na Babilônia. Cam é narrado em Gênesis 38: então Tamar, a mulher Cananéia (Negra) ficou grávida de Judá, e dá à luz aos gêmeos Zerá e Perez, formando a Tribo, da linhagem de Davi (rei) e de José e Maria, os pais terrenos do Nazareno.
Nas escrituras, Deus teria enviado Maria e José para o Egito com o propósito de esconder o menino Jesus do rei Herodes, entre os Negros no norte da África (Mateus 2:13). Ideia questionada pelo fato dele ser branco e porque o Egito era uma província romana sob o controle romano, mas ainda era um país habitado por pessoas negras. Assim, José, Maria e Jesus teriam sido apenas mais uma família negra entre os negros, que tinham fugido para o Egito com a finalidade de esconder Jesus de Herodes, que estava tentando matar o garoto.
Se fosse branco, loiro e de olhos azuis, como o descrevem, Jesus teria dificuldade em se esconder entre os egípcios. O povo hebreu era muito parecido com os egípcios, caso contrário teria sido difícil reconhecer uma família hebraica.
A possível negritude de Jesus pode ser comprovada em apocalipse, em que ele é chamado de Cordeiro de Deus segundo a Escritura; com seu cabelo lanoso, sendo comparado a lã do cordeiro, e os pés com a cor de bronze queimado (Apocalipse 1:15), com uma aparência semelhante pedra de jaspe e de sardônio (Apocalipse 4:3), que são geralmente pedras amarronzadas.

JESUS CRISTO SEGUNDO MATEUS




Escrito para o povo judeu, pode ser considerado o Evangelho da transição, ou seja, é uma ponte que liga o Antigo ao Novo Testamento. Há mais de cem citações diretas do Antigo Testamento no texto de Mateus. Seupropósito é demonstrar que Jesus é o Messias prometido, o verdadeiro Rei de Israel, e que o cristianismo é o fiel cumprimento da Antiga Aliança. Mateus cita várias vezes: para que se cumprisse” (1,22; ...). Deixando bem claro que estava escrevendo para um povo que conhecia as profecias a respeito do Messias, os judeus. Os fatos pincipais da vida de Jesus são por ele relacionados com o Velho Testamento. Na genealogia, Jesus é descendente de Abraão, o pai da raça hebreia.

PALAVRAS FINAIS
- MATEUS é israelita; MARCOS é gentio; LUCAS é universal; JOÃO é cristão.
- MATEUS é oriental; MARCOS é romano; LUCAS é grego; JOÃO é espiritual.
- MATEUS é grave; MARCOS é preciso; LUCAS é calmo; JOÃO é coloquial.
- MATEUS contém narrativas; MARCOS contém memórias; LUCAS contém uma história; JOÃO contém um drama.
- MATEUS expõe os acontecimentos em sua realização; MARCOS expõe os acontecimentos em seus detalhes; LUCAS expõe os acontecimentos em sua conexão; JOÃO expõe os acontecimentos em seu ensino.

povo é o destinatário do Projeto de Jesus (321 vezes no Novo Testamento).

Conhecer JESUS e chegar até ELE.  11,25-30

Jesus chega na contramão: SERMÃO DA MONTANHA, refletir 5,1-12 e 5,13-16.

ACOLHIMENTO DE JESUS: 9,27-31 ou 20,29-34 (os dois cegos).

Refletir sobre os símbolos: as mãos, os pés , os olhos e o coração.
MÃOS: prática econômica. 20,1-16
PÉS: prática política. 18,1-4
OLHOS: prática social. 8,1-11

CORAÇÃO: prática religiosa. 18,15-22

Discipulado de mulheres - O perfume encheu a casa


Texto de Tea Frigério - Assessora do CEBI Pará

“Maria tomou uma libra de perfume de nardo puro, muito caro, ungiu com ele os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos. A casa se encheu com o perfume.” (João 12,3).
Ungir, enxugar os pés com os cabelos, gestos de muita intimidade. Maria costumava sentar aos pés de Jesus, para escutá-lo (Lc 10,39; João 11,32). Tinha espiado para os aprendizes de discípulo fazer isso com seus mestres. Tinha ouvido falar que sentar aos pés do mestreera uma frase técnica que indicava estar no caminho do discipulado. Tinha visto e ouvido. Tinha desejo... Desejo, anseio profundo guardado em seu coração. Desejo e anseio acalentado longamente, mas, secreto.
Era proibido às mulheres estudar as Escrituras, ter nas mãos os rolos sagrados. Desde pequena, na sinagoga no lugar das mulheres escutava com atenção as Palavras. Mas que desejo ardente de tomar nas mãos os rolos, ler, estudar, enfim ser discípula. Não podia, era negado, era caminho somente para os homens.
Até que Jesus passou por Betânia e sua irmã Marta, rompendo as tradições o acolheu em sua casa. Então ela ousou e o Mestre acolheu, e se tornou discípula. Com elas outras a seguiram, trilharam o caminho do discipulado.
“O Mestre está aqui e te chama”, dissera-lhe sua irmã Marta. E, Maria “ao ouvir, levantou depressa, se dirigiu a ele... caiu aos seus pés” (João 11,28-29.32). Chamar, ouvir, seguir, estar aos pés o caminho do discipulado e Maria viveu tudo isso. Viveu e foi além.  Foi discípula e profetiza.
Aos pés de Jesus para escutar seu projeto, aos pés de Jesus para ungir e consagrar o projeto.

Ungir com perfume abundante e precioso. Assim como havia apreendido aos pés e com o Mestre: amor generoso e gratuito que permeava o agir de Jesus.
Ungir e derramar o perfume, como será derramado até a última gota o sangue “daquele que amou e amou até o fim” (João 13,1).
Ungir para preparar para luta, fortalecer na dor, no abandono, na traição da paixão. Ungir para realizar a unção do corpo que não poderá ser feita por causa da Páscoa. Ungir para antecipar a entrega total e radical.
Ungir, derramando todo o perfume precioso, para declarar a Jesus seu amor; para dizer a Jesus que sim entendeu seu projeto, sua proposta; para prometer sua fidelidade e radicalidade; para lhe assegurar que guardaria a memória; para lhe garantir continuidade.
“A casa se encheu com o perfume” (João 12,3). A casa, a comunidade que guarda e vive a memória de Jesus seu Mestre, enche de perfume o mundo inteiro.“Pobres sempre tereis entre vós, a mim não me tereis” (João 12,8). Casa, comunidade, ouvintes que ao fazer memória da mulher do perfume recordarão a presença de Jesus, recordarão seu chamado e apressadamente se levantarão para encontrá-lo, se jogar aos seus pés, escutá-lo e refazer o gesto de derramar todo o perfume, o perfume bom de Jesus, o perfume bom do seu projeto.“Levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e marrou-a na cintura. Colocou água na bacia e começou a lavar os pés...” (João 13,4-5).  Ungir os pés, lavar os pés ... Assim como ela fez, ele fez. Assim nós devemos lavar os pés uns dos outros.

“Não tem amor maior que dar a vida para seus amigos e amigas” (João 15,13).

A casa se encheu com o perfume!
Perfume de nardo
Para fortalecer
Concedendo a intuição
Ajudando a superar os medos
A solidão,
A incerteza do futuro.
Para infundir coragem
Na provação
Na dificuldade
Na solidão.
Perfume do amor,
Amorosidade,
Fidelidade, compartilhar,
Estar com...
Unção de profeta.
E assim Ele viveu o amor até o fim
Ungido, fortalecido, amado.
No perfume que se expande e permanece no ar.



Tea Frigerio

Instrumentais para trabalhar os cinco passos da Leitura Feminista da Bíblia



1.      Categoria de gênero

A sociedade é um tecido de relações: sociais, geracionais, étnicas, classe e gênero. Elas são relações construídas determinando papeis e atitudes. As relações de gênero masculino e feminino são uma conceituação que cada grupo social elabora determinando o papel a ser ocupado pela mulher e pelo homem na sociedade e as atitudes a serem vividas.
Entendemos como consciência de gênero a capacidade de entender o ser mulher - homem dentro dos parâmetros sócio-culturais e as relações pre-costituidas.

2.      Leitura histórica a partir da perspectiva da mulher

A história oficial é his-tory, quer dizer história de homens vencedores, ricos e brancos. As mulheres sobrevivem, melhor são silenciadas e anuladas, quando muito se fala “atrás de um grande homem há uma grande mulher”’. Esta maneira de fazer história é também arraigada na bíblia e presente nas nossas igrejas. Esta tradição marcou a historia da exegese, da teologia, enfim nossa historia de fé é historia patriarcal.
Valem por isso também aqui os três verbos: descontruir – nomear – reconstruir.

3.      Teologia e Espiritualidade da mulher

Nosso corpo de mulher nos faz sentir Deus de outro modo. Todo nosso ser fala de Deus: Ele tem entranhas, tem útero, tem seios... Cuidados maternais, gratuidade, fidelidade... Força criadora e regeneradora...
Nosso corpo de mulher fala da Deusa.
Nosso corpo de mulher nos desafia a nomear a Deusa, a encontrar a Palavra que revela a Deusa e a espiritualidade que nos deve sustentar em dar à luz relações novas entre mulheres, mulheres e homens, humanidade e a criação, mulheres e homens com o transcendente.
É construtivo reler criticamente o mundo simbólico da mulher a partir da realidade cotidiana.

4.      Autoridade Bíblica

O texto é um tecido. Tecido urdido a muitas mãos e com fios coloridos. O texto é um corpo que se encontra com os nossos corpos. Vida que se encontra com as nossas vidas.
Dois corpos que se encontram: o corpo das mulheres e o corpo que é o texto bíblico. Dois corpos que perguntam que querem se tocar, toques e perguntas amorosas, mas também tristes.
É a partir disso que nasce a interrogação sobre autoridade bíblica. Pergunta que se encontra com uma certeza: a vida é sagrada.
A reconstrução das relações no cotidiano, reconstrução dos corpos que se encontram é um dos coloridos da nova espiritualidade: a divindade que se revela como dádiva nas relações dos corpos e dos corpos-textos.
Autoridade bíblica que se revela nas múltiplas relações que tecem a vida, que assume a defesa da vida como sagrada.
Liberdade de encontrar a autoridade bíblica nos nossos corpos e nas nossas relações cotidianas e políticas em defesa da vida. Liberdade de dar respostas parciais, que são luzes ao hoje, mas que amanhã podem ser iluminadas ulteriormente.
Liberdade de recriar, reescrever, festejar, celebrar os textos bíblicos para encontrar o sagrado em nossa vida cotidiana e política.

5 PASSOS PARA A LEITURA FEMINISTA DA BÍBLIA


Entendemos por chave de Leitura Feminista da Bíblia o caminho de interpretação que possibilite uma hermenêutica bíblica feminista, que leve a uma leitura libertadora da Bíblia.
A bíblia, para nós mulheres, foi por muito tempo um livro fechado, não somente, ele foi usado para legitimar a exclusão, o domínio, a dependência e até a violência sobre a mulher.
Encontrar a chave para abrir a porta hermeneuticamente fechada, desse livro, é de fundamental importância, pois ao abri-lo poderemos encontrar a Palavra que aponte o caminho para uma leitura e vivencia libertadora da Bíblia.
Chave que consta de cinco passos e três instrumentais.

1º Passo: realidade
A vida, a realidade das mulheres em sua condição de pobre, seu corpo de mulher, suas lutas para se libertar do machismo, sexismo, racismo impostos ou introjetados. Apreender a ler simbolismo que revela a experiência humana o que as palavras não conseguem expressar. Penetrar o simbolismo ligado ao universo da mulher: útero, seios, menstruação, menopausa, casa, amor, alimentação, abnegação.

2º Passo: interagir
Encontrar as mulheres na Bíblia e dialogar com elas. Perceber que apesar da distancia histórica nossa vidas estão interligadas, interagem. O simbolismo ligado ao nosso universo de mulher é presente na bíblia e nos fala do mundo feminino: poço, água, maternidade... Miriam, as parteiras, Rute...

3º Passo: suspeitar
O Patriarcado anulou, escondeu, ignorou, silenciou a presença da mulher na história e na Bíblia. A suspeita é atitude, é a intuição que nos abre as possibilidades de investigar. Este passo nos permite buscar, encontrar a presença da mulher seja na história como na bíblia: presença esquecida, negada, silenciada, explorada, dominada, sempre em função de...
Liberdade de fazer perguntas embora as vezes nos sentimos incomodadas em tocar o texto bíblico.
É importante confrontar as traduções e suspeitar delas. Fazendo perguntas: Onde acontece? Quando acontece? Como acontece? O que acontece? O que se diz da pessoa?
Comparar com outros textos (intratextual). Verificar as palavras chaves e aprofundar compreendendo-as no texto e no ambiente. Mas também confrontar com outros textos fora da Bíblia (extratextual).

4º Passo: desconstruir – nomear
Os três primeiros passos nos preparam a dar o quarto passo. Momento muito importante, pois nos coloca em contato direto com o texto buscando uma exegese fiel ao texto e as mulheres. Este momento exige um estudo serio e fiel, para poder:
Desconstruir: o que o patriarcado nos transmitiu e deixou como herança.
Nomear: a mulher como sujeita da historia e da revelação. Dar o nome é reconhecê-las como protagonistas da historia.

5º Passo: reconstruir


A partir da pesquisa, exegese, interpretação realizada, dos novos paradigmas históricos, da revelação e da teologia tendo a mulher como sujeita. Devolver a presença e a palavra às mulheres. Liberdade de recriar, reescrever, festejar, celebrar os textos bíblicos para encontrar o sagrado em nossa vida cotidiana e política.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Infelicianeidade

Frei Betto
Escritor e assessor de movimentos sociais

Vocábulos nascem de expressões populares. Assim como nomes próprios trazem significados que deitam raízes em suas respectivas etimologias.
Feliciano é nome de origem latina, derivado de felix, feliz. Nem sempre, contudo, uma pessoa chamada Modesto deixa de ser arrogante e conheço uma Anabela que é de uma feiura de fazer dó.
Estamos todos nós, defensores dos direitos humanos, às voltas com um pepino federal. Nossos servidores na Câmara dos Deputados, aqueles cujos altos salários e complementos (viagens aéreas, planos de saúde, assessores etc.) são pagos pelo nosso bolso, e a quem demos empregos através do voto, cometeram o equívoco de eleger o deputado e pastor Marco Feliciano para presidir a Comissão de Direitos Humanos.
O pastor-deputado, filiado ao PSC-SP, escreveu em seu twitter: "Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato.” Em outra mensagem, postou: "Entre meus inimigos na net (sic) estão: satanistas, homoafetivos, macumbeiros...”
Em processo aberto no Supremo Tribunal Federal, Feliciano é acusado de induzir ou incitar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, crime sujeito à prisão de um a três anos, além de multa.
Em sua defesa, protocolada, a 21 de março, pelo advogado Rafael Novaes da Silva, Feliciano afirma: "Citando a Bíblia (...) africanos descendem de Cão (sic) (ou Cam), filho de Noé. E, como cristãos, cremos em bênçãos e, portanto, não podemos ignorar as maldições.”
Que deus é este que amaldiçoa seus próprios filhos? Essa suposta teologia vigorou no Brasil colonial para justificar a escravidão. O Deus de Jesus ama incondicionalmente todos os homens e mulheres, e ainda que O rejeitemos Ele não deixa de nos amar, conforme atestam a relação do profeta Oseias com sua mulher Gomer e a parábola do Filho Pródigo.
Todo fundamentalismo cristão é ancorado na interpretação literal da Bíblia, que deriva da ignorância exegética e teológica. Os criacionistas, por exemplo, que negam o evolucionismo constatado por Darwin, acreditam que existiram um senhor chamado Adão e uma senhora chamada Eva, dos quais somos descendentes (embora não expliquem como, pois tiveram dois filhos homens, Caim e Abel...). Ora, Adão em hebraico é terra, e Eva, vida. O autor bíblico quis acentuar que a vida, dom maior de Deus, brota da terra.
Ter Feliciano como presidente de uma Comissão tão importante – por culpa de grandes legendas como PMDB, PSDB e PT – é uma infelicidade, pois não condiz com o nome do deputado que, na roda do samba que está sendo obrigado a dançar, insiste no refrão: "Daqui não saio, daqui ninguém me tira.”
O deputado é um pastor evangélico. Sua conduta deveria, no mínimo, coincidir com os valores pregados por Jesus, que jamais discriminou alguém.
Jesus condenou o preconceito dos discípulos à mulher sírio-fenícia; atendeu solícito o apelo do centurião romano (um pagão!) interessado na cura de seu servo; deixou que uma mulher de má reputação lhe lavasse os pés com os próprios cabelos, e ainda recriminou os que se escandalizaram ao presenciar a cena; e não emitiu uma única frase moralista à samaritana adepta da rotatividade conjugal, pois estava no sexto homem! Ao contrário, a ela Jesus se revelou como o Messias.
É direito intrínseco de todo ser humano, e também da democracia, cada um pensar pela própria cabeça, seguir a sua consciência. Nada contra o pastor Feliciano, na contramão do Evangelho, abominar negros e odiar homossexuais e adeptos da macumba. Desde que não transforme seu preconceito em atitude discriminatória, e seu mandato em retrocesso às conquistas que a sociedade brasileira alcança na área dos direitos humanos.
Estamos todos nós, brasileiros e brasileiras, indignados e perplexos frente ao impasse armado pelo jogo político rasteiro da Câmara dos Deputados. Eis uma verdadeira situação de infelicianeidade, com a qual não podemos nos conformar. 

[Frei Betto é escritor, autor do romance "Aldeia do Silêncio” (Rocco), entre outros livros.